Diplomacia Tensa
Lula e Trump se encontram na Malásia e sinalizam reaproximação entre Brasil e EUA
Encontro inédito teve momentos de desconforto com jornalistas e promessa de novas negociações sobre tarifas e sanções
Foi em tom diplomático — mas com momentos de evidente tensão — que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente americano Donald Trump se encontraram pessoalmente, neste domingo, na Malásia. O encontro, solicitado por Trump, começou de maneira inusitada: com jornalistas na sala e câmeras ligadas.
Trump abriu o diálogo elogiando o Brasil e deixando claro que quer “bons negócios para ambos os países”. Lula, firme, respondeu que não há motivos para desentendimentos e reforçou o desejo de fortalecer a parceria histórica entre as duas nações. O clima amistoso, porém, mudou quando o nome de Jair Bolsonaro surgiu nas perguntas da imprensa.
Tensão diante das câmeras
Ao ser questionado sobre o ex-presidente brasileiro, Trump reagiu com empatia: “Eu sempre gostei dele. Sinto muito pelo que aconteceu. ” Lula, visivelmente incomodado, tentou encerrar o tema, e o americano cortou os jornalistas: “Isso não é da conta de vocês. ” Pouco depois, o petista pediu que as perguntas fossem feitas “após a reunião”, argumentando que o tempo era curto.
Bastidores e próximos passos
Depois do encontro reservado, Lula publicou uma foto ao lado de Trump nas redes sociais, dizendo ter tido uma conversa “franca e construtiva”. Segundo o chanceler Mauro Vieira, as discussões avançaram em torno das tarifas e sanções impostas aos produtos e autoridades brasileiras — um primeiro passo, segundo ele, rumo à retomada do diálogo econômico.
Enquanto a diplomacia tenta se recompor, as reações no Brasil não demoraram. Eduardo Bolsonaro ironizou o encontro e sugeriu que o pai foi “assunto incômodo” para Lula. Entre gestos de cordialidade e recados velados, o encontro na Malásia abriu um novo capítulo nas relações entre Brasil e Estados Unidos — e talvez, também, na política interna brasileira.



