O Mês do MEI, promovido pelo Sebrae, está movimentando cidades como Anápolis, Cocalzinho de Goiás, Silvânia, Leopoldo de Bulhões, entre outras, com uma programação extensa que buscou não apenas capacitar, mas também aproximar o SEBRAE de quem está à frente de pequenos negócios.

“Este ano conseguimos ampliar muito o que está sendo ofertado para o MEI”, contou Ewerton Costa, analista do Sebrae na Regional Centro-Leste.

Segundo ele, ao invés de concentrar todas as atividades na tradicional Semana do MEI, a equipe apostou em uma estratégia diferente: levar ações ao longo de todo o mês de maio, formando jornadas de conhecimento que acompanharam os empreendedores em diversas etapas.

Só em Anápolis, foram realizadas cerca de dez ações, além das atividades simultâneas em cidades vizinhas e os trabalhos não param. As oficinas passaram por temas essenciais para quem quer consolidar ou expandir seu negócio, como planejamento, finanças, marketing e atendimento ao cliente.

“A ideia é que o empreendedor saia com conhecimento em todas essas áreas de gestão”, destacou Ewerton.

Esse esforço contou com a mobilização de toda a equipe regional, como reforçou o gerente do SEBRAE na Regional Centro-Leste, Sérgio Monturil.

“Mobilizamos todo o time para chegar o mais próximo possível de cada empreendedor, tanto aqui no escritório de Anápolis como nas cidades menores.”

Em Cocalzinho de Goiás, por exemplo, as ações ganharam um tom ainda mais significativo. Além da capacitação técnica, o projeto “Jornada da Mulher Empreendedora”, realizado em parceria com a Secretaria da Mulher, criou um espaço de fortalecimento e transformação para mulheres que buscam autonomia e protagonismo.

“Esse projeto foi muito mais do que um curso, foi um espaço de transformação, onde as mulheres puderam aprender a se conectar e fortalecer os seus negócios, ou até mesmo dar o primeiro passo na realização de um sonho”, resumiu Camila Rocha, superintendente da Mulher do município.

Com quatro módulos iniciados em maio, o projeto percorreu Cocalzinho e os distritos de Edilândia e Girassol. Rita Queiroz, consultora do Sebrae responsável pela ação, lembrou que a procura superou as expectativas.

“Em Girassol, tínhamos 30 inscritas e 37 compareceram. Se não fechássemos o portão, teria vindo mais gente”, relatou. As oficinas abordaram desde conceitos básicos de fluxo de caixa e gestão até temas como a importância da formalização.

E o impacto foi direto na vida de muitas mulheres que vivem da própria produção, como bolos, pastéis e costura. “Quando uma mulher cresce, toda a comunidade cresce com ela”, reforçou Camila, emocionada com a adesão de mais de 70 participantes ao longo da jornada.

Mão na massa

Quem também acompanhou de perto as capacitações foi Edvânia Soares, ou simplesmente “Ed”, como prefere ser chamada. Ela comanda uma loja de roupas femininas e infantis no bairro Calixtolândia, em Anápolis, e já perdeu a conta de quantas vezes participou das atividades ao longo do mês.

“Vim na primeira palestra, no dia 5, e depois me inscrevi em todas as outras”, contou.

Para Ed, o destaque foi uma palestra sobre atendimento ao cliente e fidelização, mas ela admite que nem tudo foi simples. “A parte de finanças, sobre precificação, foi a mais difícil. Acho que preciso buscar uma consultoria, porque só uma palestra nem sempre é suficiente.” Trabalhando sozinha, ela também revelou o desejo de aprofundar seus conhecimentos em marketing digital: “A gente que trabalha com internet precisa aprender a turbinar os posts. Fico no YouTube tentando, mas seria bom ter mais orientação nessa área.”

Durante as ações realizadas em Anápolis, um dos destaques foi a oficina conduzida por Alexandre Andrade, consultor do SEBRAE na área de inovação. Ele utilizou uma metodologia prática com peças de Lego, estimulando os participantes a experimentar e prototipar ideias.

Segundo Alexandre, a proposta da dinâmica é trabalhar a experimentação como ferramenta de inovação:

“Isso é uma abordagem muito utilizada na inovação como forma de experimentação. Então a gente experimenta muito, às vezes, algum serviço, um produto, usando o Lego. E é uma forma da gente ter um feedback muito rápido. Fora que, juntando grupo, pessoas de uma mesma equipe, elas conseguem entender muito bem aquilo que está sendo proposto, aquele serviço que está sendo oferecido.”

Ele explicou que, a partir dessa prática, os empreendedores são levados a refletir sobre como agregar valor à jornada do cliente:

“Você começa a prototipar que tipo de feedback eu vou ter com o meu cliente a partir disso. O que eu vou ter de dificuldade, como posso agregar valor nessa minha jornada, no meu usuário, que em determinado momento pode ser melhorado?  E com esse tipo de oficina a gente propõe melhorias nesse processo.”

Alexandre destacou ainda que, na oficina realizada em Anápolis, os participantes foram convidados a criar uma empresa com o máximo de departamentos possível:

“Eles vão perceber esse desafio de que é montar uma empresa muito grande não é muito viável no início, levando ao tom de pensar como empreendedor: com o mínimo de custo, mas, claro, tendo um bom serviço, um bom produto, sem inviabilizar o próprio negócio. Até porque o comportamento do consumidor é muito dinâmico, e quem vai definir, na verdade, o sucesso do negócio é o nosso cliente.” Destacou. 

O Mês do MEI também chegou a Silvânia, onde, no dia 20, a oficina “Faça Marketing Digital e amplie o potencial de sua empresa” reuniu empreendedores na Sala do Empreendedor. O consultor Diogo Bernardo mostrou como construir uma presença online eficaz e otimizar estratégias de negócios.

“Foi muito proveitoso. A gente vê que o marketing digital é o caminho para quem quer crescer”, comentou Fausto Silva, analista do SEBRAE na regional e um dos organizadores da ação.

Em Leopoldo de Bulhões, no dia 22, o auditório do CRAS recebeu a oficina “Faça vitrines para atrair clientes e vender mais”, ministrada pelo consultor Jair Stival. A prefeita Roberta Cândida prestigiou a atividade, que reuniu 30 empreendedores locais interessados em transformar suas vitrines em verdadeiras ferramentas de marketing.

“Aprendi que a vitrine não é só para mostrar produto, mas para contar uma história e atrair o cliente”, comentou uma das participantes ao final da oficina.

De acordo com o Sebrae, a ideia de diluir as ações ao longo de todo o mês teve como objetivo ampliar o alcance e proporcionar uma formação mais completa aos microempreendedores individuais. A estratégia também seguiu a orientação nacional de oferecer mais de 270 atividades em Goiás, com expectativa de atender cerca de 20 mil MEIs.

Para Ewerton Costa, o modelo foi acertado. “Ano passado conseguimos fazer quatro ou cinco ações. Este ano, só em Anápolis, foram quase o dobro, além das atividades nas cidades menores. Conseguimos ampliar muito o que está sendo ofertado”, celebrou.

E os atendimentos não param por aqui. “Continuamos com o atendimento ao empreendedor e já estamos preparando as próximas ações. O objetivo é esse: ampliar as soluções, levar conhecimento, formalizar e ajudar o microempreendedor a crescer”, reforçou Ewerton.

• Com informações da Agência SEBRAE de Notícias ( ASN).