Dois dias após um terremoto devastador deixar um rastro de morte e destruição, a região de Jalalabad foi sacudida novamente nesta terça-feira (2) por um novo tremor, desta vez de magnitude 5,2. O alerta veio do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), que já monitora a instabilidade da região.

A profundidade do novo abalo foi de apenas 10 km — pouco, quando se pensa no impacto que isso tem em áreas densamente povoadas. E não foi qualquer lugar: foi exatamente onde o tremor anterior, no domingo (31), matou mais de 1.400 pessoas e feriu outras 3.100.

Nos vilarejos montanhosos, os gritos de socorro ainda ecoam. Equipes do Crescente Vermelho tentam alcançar áreas isoladas onde casas de barro viraram poeira. O medo é que ainda haja centenas soterradas — vivas ou não.

“A terra não para. A gente não dorme. A gente só corre”, relatou um morador à rádio local, com a voz trêmula.

O Afeganistão já convive com a tragédia como se fosse rotina. Só entre abril e agosto, foram pelo menos quatro tremores acima de magnitude 5. Mas o que ocorreu no domingo foi o pior desde 2022, quando outro abalo matou mais de mil pessoas.

Localizado sobre duas grandes placas tectônicas — a indiana e a eurasiana — o país é um epicentro natural de instabilidade geológica. E agora, com as estruturas já comprometidas, qualquer nova vibração pode ser fatal.