
A manhã começou tensa em São Paulo e outras cidades do interior. Uma operação conjunta do Ministério Público de São Paulo, Receita Federal e Polícia Militar foi deflagrada nesta quinta-feira para desmontar um esquema de lavagem de dinheiro com ramificações milionárias. O alvo: o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Batizada de Operação Spare, a ação mira um empresário conhecido como “Flavinho”, apontado como líder de uma rede criminosa que movimentava bilhões por meio de atividades aparentemente legais. A lista de frentes inclui postos de combustíveis, motéis, franquias e empreendimentos imobiliários.
O esquema ia muito além da venda adulterada de gasolina. Segundo os investigadores, mais de 60 motéis envolvidos faturaram cerca de 450 milhões de reais em apenas quatro anos. Já redes de franquias sob controle do grupo movimentaram mais de 1 bilhão, mas só metade disso foi oficialmente declarado.
A operação cumpre 25 mandados judiciais e expõe como o crime organizado tem se infiltrado no mercado formal, usando empresas para disfarçar a origem ilícita dos recursos. A estratégia é clara: dar aparência legal a dinheiro sujo, misturando atividades criminosas com negócios que passam despercebidos pelo grande público.
O caso escancara a necessidade de fiscalização mais rigorosa em setores vulneráveis à lavagem de dinheiro. Também chama atenção para o poder financeiro do PCC, que deixou de atuar apenas nas ruas e agora opera com estrutura de conglomerado empresarial.
As investigações seguem em sigilo, mas a mensagem da força-tarefa é direta: o crime pode até vestir terno e abrir CNPJ, mas não passará despercebido.