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Oscar: Somente duas duplas de mãe e filha foram indicadas ao Oscar

Fernanda Montenegro e Fernanda Torres: Mãe e Filha Que Fazem História no Oscar

A história do cinema brasileiro ganhou mais um capítulo memorável com Fernanda Montenegro e Fernanda Torres. As duas se tornaram a segunda dupla de mãe e filha a serem indicadas ao Oscar de Melhor Atriz em diferentes edições da premiação. O feito histórico reforça não só o talento individual das atrizes, mas também a relevância do cinema nacional no cenário internacional.

O marco anterior aconteceu com Judy Garland, indicada em 1955 por Nasce Uma Estrela, e sua filha, Liza Minnelli, que levou a estatueta em 1973 pelo icônico Cabaret. Agora, em 2025, Fernanda Torres concorre ao prêmio por sua atuação em Ainda Estou Aqui, enquanto sua mãe, Fernanda Montenegro, já havia recebido uma indicação em 1999 pelo aclamado Central do Brasil. Ambos os filmes foram dirigidos por Walter Salles, diretor renomado por seu olhar sensível e profundo sobre histórias humanas.

Um Brasil Sob Ditadura e Uma Mãe que Luta

Em Ainda Estou Aqui, Fernanda Torres dá vida à emocionante história de Eunice Paiva, uma mãe de cinco filhos que se torna ativista após o desaparecimento de seu marido sob a custódia da Polícia Militar. O filme, ambientado no Brasil de 1971, retrata um período crítico da história do país, quando a ditadura militar exercia um controle opressor sobre a sociedade. Baseado nas memórias do escritor Marcelo Rubens Paiva, a obra destaca os desafios e a força de uma mulher comum que precisou se reinventar diante da perda e da violência de um regime autoritário.

A performance de Torres tem sido amplamente elogiada por sua entrega emocional e pela capacidade de transmitir as nuances de uma mulher dividida entre o desespero e a resistência.

“Esse papel é um tributo à coragem de tantas mulheres brasileiras que enfrentaram o inimaginável durante a ditadura”, afirmou a atriz em entrevistas recentes.

Walter Salles,  direção entre gerações

A conexão entre mãe e filha no Oscar é ainda mais significativa pela presença de Walter Salles, que dirigiu ambas as produções. Em Central do Brasil, Salles apresentou ao mundo a brilhante interpretação de Fernanda Montenegro, que viveu Dora, uma mulher amargurada que redescobre o afeto ao ajudar um menino órfão a encontrar o pai. Agora, em Ainda Estou Aqui, o diretor revisita as cicatrizes da história brasileira, com a mesma sensibilidade que o tornou um dos cineastas mais respeitados da atualidade.

“Trabalhar com Fernanda Montenegro foi uma das maiores experiências da minha carreira. E agora, dirigir Fernanda Torres foi um privilégio igualmente inesquecível”, comentou Salles.

A dupla indicação reforça o impacto do cinema brasileiro no exterior e a importância de contar histórias que dialoguem com a memória coletiva. A trajetória de Montenegro e Torres não apenas simboliza um legado familiar, mas também serve de inspiração para novas gerações de artistas e cineastas.

Enquanto o mundo aguarda ansioso pelo desfecho do Oscar 2025, uma coisa é certa: independentemente do resultado, Fernanda Montenegro e Fernanda Torres já fizeram história. O talento e a paixão das duas continuam a elevar o nome do Brasil no cenário cinematográfico global.

Walter Salles e Fernanda Torres. Foto: divulgação
Judy Garland e sua filha Liza Minnelli (1964) – Foto: divulgação
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  • Leidiana Batista

    é jornalista formada pela UFG, com mais de 10 anos de experiência em comunicação. Foi editora na TV Anhanguera (Globo), atuou em Rádio, Assessorias de Comunicação e Marketing (Porto Seco Centro Oeste e ACIA). É especialista em comunicação empresarial, também gerente de projetos na Orman D&B, editora do Portal Citizen e assessora de comunicação e marketing.

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