A nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira (18), colocou mais lenha na fogueira da CPMI que investiga fraudes no INSS. No centro das atenções está à empresária Roberta Luchsinger, apontada como próxima de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do presidente Lula.
Segundo a PF, Roberta recebeu pagamentos que somam R$ 1,5 milhão, feitos por ordem do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”. Um dos repasses, de R$ 300 mil, aparece em mensagens nas quais Antunes afirma que o dinheiro seria destinado ao “filho do rapaz”. Investigadores tentam esclarecer se a referência é a Lulinha.
Lulinha não é investigado, mas o caso reforçou o discurso de parlamentares da oposição que defendem sua convocação para prestar esclarecimentos na CPMI. A comissão, no entanto, já rejeitou esse pedido no início de dezembro, por 19 votos a 12.
Questionado, o presidente Lula foi direto: “Ninguém ficará livre. Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”.
A investigação aponta que os valores teriam sido transferidos à RL Consultoria e Intermediações, empresa da qual Roberta é sócia, com justificativa de serviços que não teriam sido prestados. A PF avalia que ela atuaria na ocultação de patrimônio e movimentação de recursos, funcionando como elo entre Antunes e o núcleo político do esquema.
Mesmo após a rejeição inicial, a pressão aumentou. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) anunciou novo pedido de convocação de Lulinha e a prorrogação da CPMI por mais 120 dias. Nos bastidores, o clima é de tensão, e o caso segue longe de um ponto final.



