
Num discurso marcado por provocações e reviravoltas, Donald Trump usou a tribuna da ONU para mirar o Brasil. Disse que o país “vai muito mal” e acusou o governo de violar liberdades civis, usar instituições politicamente e perseguir críticos — uma crítica velada ao STF e, em especial, a Alexandre de Moraes, cuja esposa acaba de ser alvo de sanção dos EUA.
Mesmo com esse tom duro, Trump surpreendeu ao dizer que teve uma “química” com Lula nos bastidores do evento.
“Nos vimos, nos abraçamos. Trocamos poucas palavras, mas combinamos de conversar melhor na próxima semana”, contou.
O gesto sinaliza uma possível aproximação, ainda que superficial, entre os dois líderes de espectros políticos opostos.
Trump também aproveitou para defender novas sanções contra a Rússia, cobrar aliados pela compra de petróleo russo e atacar duramente a ONU por “não fazer nada” diante dos conflitos mundiais. Disse que prefere “salvar vidas a ganhar prêmios”, mas não escondeu a mágoa por nunca ter levado um Nobel.
Ao mencionar sua política externa, exaltou operações contra o narcotráfico vindo da Venezuela e pediu a libertação de reféns israelenses em Gaza. Mas foi mesmo o Brasil que ficou no centro de sua fala — num misto de crítica pesada e aceno diplomático que ainda vai render desdobramentos.