
A decisão dos Estados Unidos de revogar os vistos de dois servidores ligados ao programa Mais Médicos acendeu um alerta no Planalto. Mozart Sales e Alberto Kleiman, nomes de peso na gestão pública federal, viraram alvo direto da política externa de Donald Trump. Para Celso Amorim, conselheiro internacional do presidente Lula, a medida soa como provocação, ou pior: “uma irracionalidade à espera de uma reação”.
Trump pressiona e espera resposta do Brasil e Moraes vira alvo e relação diplomática desanda
O gesto da Casa Branca não parece isolado. Internamente, o governo brasileiro avalia que a estratégia é empurrar o Brasil a tomar decisões mais drásticas — como expulsar o representante americano em Brasília ou chamar a embaixadora de volta. Por ora, a ordem é resistir às provocações e manter a via diplomática. Mas o clima é de desgaste e incerteza.
O cenário piorou com os ataques públicos da embaixada dos EUA ao ministro Alexandre de Moraes. A fala, atribuída ao número dois do Departamento de Estado, acusando Moraes de “usurpar poderes” no STF, elevou o tom da crise. No Itamaraty, a leitura é clara: os EUA “esticam a corda” e desgastam o canal de diálogo, hoje limitado ao diplomata Gabriel Escobar, chamado de “boneco de ventríloquo” por fontes do governo.
Enquanto isso, o silêncio da embaixada americana e a ausência de um embaixador titular aprofundam o mal-estar entre os dois países — num momento em que o Brasil se prepara para a COP 30, agora com um de seus organizadores sob sanção.