
O Cerrado goiano tem resistido de pé — e com apoio financeiro do próprio Estado. Um esforço conjunto entre o Governo de Goiás e produtores rurais está garantindo a proteção de mais de 15 mil hectares do bioma, com resultados que já colocam o estado como líder na redução do desmatamento em todo o país.
Criado em 2024, o programa Cerrado em Pé oferece pagamento por serviços ambientais (PSA) a quem decide preservar a vegetação além do que a lei exige. O valor pode chegar a R$ 664 por hectare, caso o produtor também recupere nascentes degradadas. Os recursos vêm do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Fema).
A ação é voltada especialmente para pequenos produtores, mulheres e famílias em vulnerabilidade social, e já contemplou 471 propriedades em nove municípios das regiões Norte e Nordeste goianas. Entre eles: Niquelândia, Minaçu, São João d’Aliança e Mambaí.
Como participar do Cerrado em Pé
Os produtores devem possuir entre dois e cem hectares passíveis de desmatamento legal, mas que decidiram manter preservados. Além disso, precisam cumprir obrigações como manter a vegetação intacta, ajudar na vigilância contra incêndios e zelar pelas Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).
Segundo o governador Ronaldo Caiado, o PSA vai além do pagamento: “Garante mais renda e mostra que é possível produzir sem destruir.”
Goiás lidera queda do desmatamento no Brasil
Dados do relatório RAD 2024, da rede Mapbiomas, mostram que Goiás reduziu em 71,9% o desmatamento em relação ao ano anterior. Foram 659 alertas em 2024, contra 3.519 em 2023, uma queda drástica na supressão de vegetação nativa.
No Cerrado, a redução foi expressiva: de 1,1 milhão de hectares devastados em 2023, caiu para 652 mil em 2024.
Um avanço silencioso, mas poderoso, vindo do campo — onde quem cuida da terra agora colhe respeito e recompensa.