
Crise do metanol: Polícia Federal investiga indústrias em SP, SC e MG por adulteração de bebidas
Uma operação deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) nesta sexta-feira (3) colocou em xeque a segurança no consumo de bebidas alcoólicas no Brasil. Fábricas em Campinas (SP), Chapecó e Joinville (SC) e Poços de Caldas (MG) estão na mira por suspeita de adulteração de destilados com metanol, substância altamente tóxica e proibida nesse tipo de produto.
As equipes de fiscalização coletaram amostras das bebidas produzidas e armazenadas nos estabelecimentos. O material será submetido a análise químico-sanitária para verificar a presença de substâncias proibidas ou em níveis ilegais, além de rastrear os lotes e identificar os responsáveis pela produção ou manipulação.
Mortes e recomendações do Ministério da Saúde
O alerta veio após um surto preocupante: 59 casos de intoxicação por metanol já foram notificados no país, sendo 11 confirmados. O caso mais grave até agora é de São Paulo, onde foi registrada uma morte e há outros cinco óbitos em investigação. Pernambuco e o Distrito Federal também têm casos em análise.
Diante da gravidade, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recomendou que a população evite o consumo de bebidas destiladas incolores e de origem desconhecida.
“Não faz falta nenhuma na vida de ninguém deixar de consumir esse tipo de bebida por agora”, afirmou o ministro, que também é médico.
Ele explicou que a cerveja, por suas características — como o gás, o lacre da tampa e o processo industrial —, é mais difícil de ser adulterada, mas ressaltou que todo cuidado ainda é pouco.
A crise reacende o debate sobre fiscalização e segurança alimentar, especialmente em produtos de larga escala e fácil acesso. A investigação segue, mas o recado já foi dado: é hora de redobrar a atenção com o que se consome.