Nem parece, mas já se passaram mais de 50 anos desde que Chaves surgiu na TV. E mesmo sem episódios inéditos há décadas, o seriado ainda está entre os mais assistidos do país — agora, direto das plataformas de streaming. Globoplay, Netflix, Prime Video, SBT+: ele está em todas. E o público? Continua fiel.

João Victor Trascastro, de 26 anos, nasceu muito depois da era de ouro do programa, mas é fã declarado. Ele é só um entre milhares que cresceram com o som inconfundível de uma bola quebrando uma vidraça ou com a célebre frase: “Foi sem querer querendo!”

A vila é nossa também

A identificação do público brasileiro com a série é visceral. “Podia ser no Rio, em São Paulo, em qualquer lugar. Eu posso me enxergar naquela vila”, explica o professor Luiz Fernando da Silva Jr., da ESPM. A ambientação simples, os personagens caricatos e os conflitos familiares tornam o programa próximo, real, cotidiano — quase caseiro.

O sucesso não parou na televisão. Chaves virou meme, figurinha de WhatsApp e trilha sonora de nostalgia. Para a professora Thaís Leão, da UFMT, o seriado ganhou nova vida com o público jovem: “Ele se mantém muito pelo que traz de conteúdo e da forma como utiliza o humor”, diz.

E é isso: uma fórmula que mistura simplicidade, memória afetiva e uma pitada de crítica social, sempre com aquele toque de ternura que atravessa gerações. Sem querer querendo, Chaves se tornou eterno.