O governo dos Estados Unidos começou o mês de outubro em colapso. Sem acordo entre os congressistas sobre o orçamento, o país entrou oficialmente em shutdown e viu milhares de agências federais fecharem as portas. A paralisação atinge setores inteiros da administração pública e interrompe serviços essenciais em pleno funcionamento da máquina estatal.

Milhares sem salário e prejuízo bilionário

Com a falta de recursos aprovados, cerca de 750 mil funcionários públicos federais foram dispensados temporariamente, sem garantia de pagamento. O impacto financeiro diário da paralisação já é calculado em US$ 400 milhões, apenas em salários suspensos. A maioria dos trabalhadores considerados “não essenciais” está impedida de atuar, enquanto aqueles que seguem em serviço, como os da segurança nacional, trabalham sem previsão de recebimento.

Serviços afetados: do passaporte à assistência social

A crise afeta diretamente o cotidiano da população americana. Serviços como emissão de passaportes, atendimento em parques nacionais, programas de habitação e até auxílio-alimentação sofrem cortes e atrasos. Hospitais públicos, tribunais e instituições de pesquisa operam com restrições severas.

Mesmo áreas consideradas prioritárias, como saúde e segurança alimentar, sentem os reflexos da paralisação. Famílias de baixa renda, dependentes de programas federais, já enfrentam dificuldades.

Impasse político em ano eleitoral

A disputa pelo orçamento se transformou num embate político. De um lado, o presidente pressiona por cortes e maior controle de gastos. Do outro, a oposição rejeita reduzir investimentos em programas sociais. A polarização se acirra às vésperas das eleições, com cada partido tentando evitar o desgaste político de ceder.

Enquanto isso, a população paga a conta — sem salário, sem serviços e sem previsões claras de retomada.

O Congresso ainda pode aprovar uma medida emergencial para manter temporariamente os gastos enquanto se busca um consenso duradouro. Mas o clima político tenso e a proximidade do período eleitoral tornam qualquer saída mais lenta e complexa.

Se não houver acordo nos próximos dias, o shutdown pode se arrastar e deixar cicatrizes profundas na economia americana e na credibilidade de suas instituições.