Ciência e Tecnologia

Novo estudo sobre demência

Diabete, álcool e poluição são os principais fatores de risco de demências

Estudo com 40 mil britânicos analisou no total161 fatores que podem atingir área do cérebro mais suscetível ao envelhecimento

Victória Ribeiro, O ESTADO DE S. PAULO

Um estudo de pesquisadores da Universidade de Oxford revelou que a diabete, exposição à poluição do ar e consumo de álcool são os principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças neuro degenerativas, como o Alzheimer e outras demências. Publicado na revista científica Nature Comunications no fim de março, o trabalho investigou 161 fatoes de risco modificáveis e envolveu a participação de 40 mil britânicos com idade superior a 45 anos.

Em pesquisas anteriores, os especialistas do Departamento de Neuro Ciências Clínicas de Nuffield, ligado a universidade, já haviam identificado um “ponto frágil” no cérebro, que são áreas cerebrais que se desenvolvem tardiamente, mais especificamente na adolescência, com a função de processar e integrar informações por meio de diferentes modalidades e sentidos. Uma outra característica dessas áreas é que são as primeiras a se alterar, sendo mais suscetíveis ao envelhecimento cerebral e, consequentemente, às doenças neurodegenerativas.

Além de diabete, poluição do ar e consumo de álcool, que são, segundo o estudo, os fatores que provocam mais danos nessas áreas, outros 158 fatores foram analisados, entres eles pressão arterial, colesterol, peso, tabagismo, humor depressivo, inflamação, audição, sono, socialização, dieta, atividade e educação. “Neste novo estudo, demonstramos que essas partes específicas do cérebro são mais vulneráveis a diabete, doenças relacionadas ao ambiente com ar poluído e consumo de álcool, quando comparadas com todos os outros fatores de risco comum a demência”. disse a neurocientista e líder da pesquisa , Gwenaëlle Douaud.

Segundo Anderson Winkler, coautor do estudo e professor dos Institutos Nacionais de Saúde e da Universidade do Texas Rio Grande Valley, no Texas(EUA), o avanço proporcionado pelo estudo advém da abordagem abrangente.”Examinamos a contribuíção única de cada fator de risco modificável, analisando todos eles em conjunto para avaliar a degeneração resultante desse ‘ponto fraco’ cerebral específico”.

Conforme o Organização Mundial de Saúde(OMS), o número de pessoas com demência deve chegar a 139 milhões até 2050, um salto de 150% em relação a 2019 quando 55 milhões de pessoas viviam com a condição. No caso do Brasil, o problema afeta certa de 1,76 milhão de pessoas, mas pesquisas estimam que oito em cada dez delas não receberam o diagnóstico.

Sintomas: Segundo Omar Jaluul, geriatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, esquecer acontecimentos recentes pode ser um indicativo da doença. Mas é crucial observar se há esquecimento de tarefas rotineiras. “Por exemplo, se éramos responsáveis pela cozinha, pelas compras ou pelo pagamento das contas, e agora encontramos dificuldades em desempenhar essas atividades, é um sinal de alerta que não deve ser ignorado”, diz o médico.

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  • Redação Citizen

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