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Joardo Filho é convidado para residência artística na Bolívia

Convidado para residência artística na Galeria Kiosko, o artista visual Joardo Filho se prepara para deixar Anápolis provisoriamente e ir de encontro a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde está localizada a galeria que o convidou

Por: Narelly Batista, de Anápolis

Convidado para residência artística na Galeria Kiosko, o artista visual Joardo Filho se prepara para deixar Anápolis provisoriamente e ir de encontro a Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde está localizada a galeria que o convidou. A residência deve durar três semanas, onde o jovem continuará com sua pesquisa e produção em torno do esvaziamento dos monumentos. Produção que agora toma uma nova proporção, uma vez que receberá as percepções de um território diferente do que vive.

Foto: Reprodução

Dirigida pela artista Raquel Schwartz, a Kiosko Galeria é uma plataforma para gerar, promover e fomentar a arte contemporânea da região para o mundo. Desde 2006, a galeria aposta na residência de artistas do mundo como forma de difundir as artes da Bolívia pelo mundo e aprimorar ideias e concepções artísticas daqueles que expõem, estudam e produzem na instituição. A residência de Joardo é possível também porque o convite aconteceu no mesmo momento em que o artista desenvolve projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo, do Governo do Brasil, operacionalizada pela Prefeitura de Anápolis, de produção e doação de obras ao acervo municipal. Projeto que inclui apoio a residência artística.

Foto: Reprodução

Joardo é anapolino de nascença, tendo crescido e se desenvolvido pelas ruas da cidade, que aprendeu a ver por uma outra lente desde seus primeiros passos enquanto artista acompanhado e observado por Paulo Henrique Silva, curador de arte e produtor cultural. Paulo conta que acompanha o artista desde 2015, quando Joardo participou de um projeto de iniciação e formação artística realizado por ele, o Teia. O primeiro contato foi anos antes, mas foi neste ano que Joardo despontou enquanto artista, ao lado de nomes como Talles Lopes, Rei Souza e outros.

Foto: Reprodução

De lá para cá, vem empreendendo esforços no fortalecimento não só de sua carreira enquanto artista, mas na iniciação de jovem às artes e à fotografia, na formação de novos artistas e na narrativa de reforço da potência do setor das artes visuais da cidade de Anápolis. Atualmente acompanha os caminhos da Barranco Ateliê de Valdson Ramos e Talles Lopes.

Quem conhece Joardo, não imagina todos os seus feitos. Além das muitas exposições coletivas das quais participou, Joardo vem colecionando avaliações positivas sobre seu trabalho. De maneira elogiosa, Divino Sobral reconheceu no trabalho de Joardo, uma criação de “ruídos na lógica do monumento, para colaborar com a ampliação dos processos de revisão da história oficial”. A observação reforça a grandeza de sua obra que deseja incomodar e reverberar reflexões sobre os monumentos, seus significados e a crise da memória, que também é política.

Para Talles Lopes, artista visual da mesma geração de Joardo, “ainda há muito o que se discutir sobre nossa relação coletiva com os monumentos, sobretudo aqui em Goiás onde muitos monumentos celebram uma controversa herança do período colonial que com frequência é reproduzida sem debate ou elaboração crítica, em meio essa lacuna foi que a produção do Joardo surgiu como uma referência pra mim, por abordar esses pontos cegos e desnaturalizar tais heranças”.

Foto: Reprodução

Em 2021, foi condecorado com diploma de destaque cultural nas artes visuais, condecoração que integra as homenagens e reconhecimentos do Prêmio Jaburu, maior honraria do Estado de Goiás concedida aos artistas que levam ao restante do país a potência das artes goianas. Joardo, em especial, não deixa de reforçar a potência das artes de Anápolis. Tendo participado diversas vezes do Salão Anapolino de Artes, não economiza argumentos para citar Anápolis como a capital de suas criações e uma rota fundamental para Goiás e o Brasil nas artes visuais.

O projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo

Dentro do projeto que Joardo aprovou na Lei Paulo Gustavo, do Governo do Brasil, operacionalizada pela Prefeitura de Anápolis, além da produção de obras que serão doadas ao acervo do município, também estão inclusas atividades de formação em fotografia que serão realizadas pelo artista visual parceiro Diego Oliveira na Escola Municipal Gomes Santana Ramos e no Centro Municipal de Atendimento à Diversidade (Cemad), locais que aproximam Joardo de sua história de fomentador das artes visuais.

Foto: Reprodução

“Por muito tempo trabalhei com formação em arte e com essa iniciação de jovens artistas. Uma parte importante de mim e do meu trabalho, mas percebo que mais do que estar na sala de aula, ensinando e provocando, cheguei a um momento de aprimoramento da minha produção artística e de apoio aos colegas e parceiros por meio da aprovação de editais e inclusão deles neste processo. Além do fator social, claro, oportunizando experiências em arte para jovens que talvez não pudessem ter esta chance. Não basta fazer arte, é preciso garantir o espaço e caminho para que outros também possam fazer”, explicou.

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