Ciência e Tecnologia

Estrelas massivas

Telescópios flagram duas explosões estelares em galáxia vizinha

Imagem de região na Grande Nuvem de Magalhães, a 160 mil anos-luz da Terra, mostra parte de uma área maior onde estrelas têm se formado nos últimos 8 a 10 milhões de anos

Para celebrar o início de 2024, a Nasa divulgou ontem (3) uma imagem colorida que mostra diferentes tipos de luz contendo os restos não de uma, mas de pelo menos duas estrelas explodidas. O registro mostra uma região a 160 mil anos-luz da Terra, na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia satélite da Via Láctea.

Uma análise da explosão dupla foi publicada por cientistas em 20 de outubro de 2023 na revista Astronomical Journal. O artigo é liderado por Wei-An Chen, especialista da Universidade Nacional de Taiwan em Taipei.

Para obter o registro, os cientistas combinaram dados do Observatório de Raios X Chandra da Nasa (na cor roxo), informações ópticas do telescópio Blanco de 4 metros no Chile (laranja e ciano) e registros infravermelhos do Telescópio Espacial Spitzer da Nasa (vermelho). Para destacar características nítidas na imagem (em preto e branco), os especialistas contaram também com o Telescópio Espacial Hubble.

A imagem mostra o remanescente de supernova chamado 30 Doradus B (30 Dor B, para abreviar), que faz parte de uma região maior onde estrelas têm se formado continuamente nos últimos 8 a 10 milhões de anos. “É uma paisagem complexa de nuvens escuras de gás, estrelas jovens, choques de alta energia e gás superaquecido”, descreve a Nasa, em comunicado.

Para estudar 30 Dor B, os astrônomos usaram mais de dois milhões de segundos de observação do Chandra. Assim, acabaram descobrindo uma casca sutil de raios X que se estende por cerca de 130 anos-luz. Para se ter uma ideia do quão enorme é este tamanho, a estrela mais próxima do Sol está a cerca de quatro anos-luz de distância.

Os cientistas também descobriram com o Chandra que 30 Dor B contém ventos de partículas soprando de um pulsar (estrela de nêutrons muito pequena e muito densa), criando o que é conhecido como uma nebulosa de vento de pulsar.

Já com os dados de Hubble e de outros telescópios, os pesquisadores determinaram que uma supernova isolada não poderia explicar o que está sendo visto na imagem colorida.

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Tanto o pulsar quanto os raios X brilhantes no centro de 30 Dor B provavelmente resultaram de uma explosão após o colapso de uma estrela massiva cerca de 5 mil anos atrás. Contudo, a camada maior e mais fraca de raios X é grande demais para ser resultado da mesma supernova.

Isso sugere que pelo menos duas supernovas ocorreram em 30 Dor B. Também é bastante possível que ainda mais eventos como esse tenham ocorrido no passado.

A descoberta pode ajudar os astrônomos a aprender mais sobre a vida de estrelas massivas e os efeitos de suas explosões, segundo a Nasa.

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  • Redação Citizen

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